ME falta à verdade educativa
O SPZC critica a tutela de privar as escolas de solicitar o preenchimento dos horários temporários até Outubro
Uma directiva do Ministério da Educação (ME), do passado dia 1 de Setembro, impede as direcções das escolas de solicitarem horários temporários antes da quarta colocação de docentes da Bolsa de Recrutamento, situação que só se verificará no mês de Outubro.
Até lá, as escolas que tenham professores ausentes, temporariamente, nomeadamente por motivos de baixa médica, ficam praticamente privadas de oferta curricular nas respectivas disciplinas, por professores da própria área disciplinar. Isto acontece porque o ME apenas admite, nesta fase, a colocação de professores cujo horário seja para todo o ano escolar. Os alunos podem estar, é certo, ocupados com um professor escalado para a substituição, mas não estão, nem vão estar, até ao próximo mês de Outubro, com o professor em pleno da respectiva disciplina.
É um logro a engenharia educativa que se está a colocar em prática, penalizando alunos, penalizando professores e o próprio trabalho das escolas. Em suma, temos escolas sem a cobertura de todas as disciplinas para as suas necessidades e, paradoxalmente, temos milhares de professores à espera de colocação.
O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) considera absurdo e surreal que o Estado prefira manter este contingente de professores com o trabalho à espera e, em simultâneo, tenha ainda a responsabilidade do pagamento do subsídio de desemprego a estes profissionais. O SPZC exige, com efeito, que o ME reveja imediatamente as orientações dadas no dia 1 de Setembro no sentido de antecipar de imediato a autorização para a colocação de professores para horários temporários.
Coimbra, 17 de Setembro de 2010, A Direcção