Governo foi o único responsável pela adesão dos trabalhadores à greveSubmitted by admin on Sábado, 27/02/2010 - 11:51
Governo é o único responsável pela adesão dos trabalhadores à greve
A elevada adesão foi um sinal claro ao Governo
A FESAP – Frente Sindical da Administração Pública, afecta à UGT, congratula‐se pela elevada adesão e solidariedade demonstradas e que tornaram esta Greve Geral um sinal indubitável para que o Governo repense as políticas que têm sido adoptadas e a forma como se têm esquivado à negociação com os sindicatos. Com efeito, ao longo do dia, facilmente se pôde comprovar que todos os sectores da Administração Pública foram afectados pela resposta massiva dada pelos trabalhadores, com números de adesão globais a situarem‐se entre os 75% e os 80%, com destaque para as elevadíssimas adesões verificadas nos serviços terminais da Educação, da Saúde, das Autarquias, da Segurança Social e das Finanças. Os congelamentos salariais, as alterações ao regime de aposentação, as quotas e a má aplicação ou mesmo a não aplicação do SIADAP, a manutenção de um regime absurdo de mobilidade especial e a realização de um processo negocial sem negociação no que diz respeito às matérias de incidência pecuniária são os motivos que estão na base do descontentamento dos trabalhadores e que os levaram a adoptar a Greve como forma de luta. Para os trabalhadores da Administração Pública e para os cidadãos a FESAP envia, respectivamente saudações e agradecimentos. Aos primeiros pela forma como aderiram à Greve e demonstraram ao Governo a sua força e a força dos seus argumentos e os segundos e aos segundos pela compreensão e solidariedade demonstradas por uma luta que, afinal de contas, é de todos e para todos.
O SPZCentro contesta o desrespeito grave e constante do Governo para com os docentes e demais funcionários da Administração Pública. O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZCentro) aderiu à convocação da greve decretada pela FESAP (UGT) para 4 de Março. Fê-lo, ciente da gravidade que tal decisão acarreta, não só das consequências para os alunos, como também das perdas salariais que a falta provocada pela greve irá provocar aos trabalhadores. O SPZCentro não pode contudo pactuar com a atitude de desrespeito grave para com a dignidade dos docentes e demais trabalhadores da Administração Pública (AP) que este Governo tem vindo a prosseguir e que se tem traduzido na redução do poder de compra dos professores sem que se veja qualquer alteração da situação económica e financeira do país. Na verdade, a coberto da necessidade de reduzir o défice, têm vindo os educadores, professores e restantes trabalhadores da AP a sofrer, ano após ano, ao longo da última década, uma diminuição dos seus salários reais. Em contrapartida, assiste-se a um aumento da despesa do Estado e a uma manutenção da situação financeira que, sendo preocupante, em nada pode ser imputada aos professores, quer aos outros trabalhadores da AP, mas sim a um desgoverno que tem responsáveis que deveriam ser responsabilizados e penalizados. O SPZCentro reitera a sua profunda preocupação face à intenção manifestada pelo Governo de congelamento dos salários, nomeadamente dos docentes, uma vez que com esta atitude, e face às discrepâncias salariais que grassam no sector público, os professores e educadores se sentem cada vez menos motivados para uma tarefa que não pode ser encarada como “um trabalho”, mas antes como “uma forma de vida” em que cada docente se dá cada dia aos seus alunos na procura da sua construção e formação como cidadão capaz de contribuir para o futuro deste país.
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