Governo esbulha os mesmos de sempre
O SPZC exige respeito por quem trabalha. E exige que sejam eliminados serviços, institutos e fundações que são verdadeiros sorvedouros de dinheiro e lugares ocupados por personalidades da cor partidária de quem governa
O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) considera que o Orçamento Geral do Estado para 2011 é um verdadeiro esbulho que o Governo está a fazer aos Portugueses, nomeadamente aos funcionários públicos, e aos educadores e professores em particular.
Apesar de o Governo ter anunciado em Maio um Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) com as medidas entendidas como necessárias e suficientes para a redução do défice, a verdade é que poucos meses depois o Governo vem anunciar um PEC dois com medidas que são uma extorsão brutal aos portugueses, especialmente os da classe média.
Na verdade, é de uma incomensurável desfaçatez que o Governo depois de ter garantido que o 13.º mês dos trabalhadores da Administração Pública, Educadores e Professores incluídos, não estava em causa, lhes retire com a redução dos salários, com o aumento dos descontos para a Caixa Geral das Aposentações e a ADSE, diminuição das deduções fiscais, aumento do IRS e IVA, entre outros, NÃO UM, NEM DOIS, mas mais de TRÊS SALÁRIOS!
Como é possível tamanho cinismo?!
E tudo isto com a justificação da necessidade do corte nas despesas do Estado.
Como se fossem os Educadores e Professores, entre outros trabalhadores da Administração Pública os responsáveis pelo défice.
Se alguém deve pagar a crise devem ser os seus responsáveis e não os mesmos do costume.
É que se a despesa corrente primária do Estado cresceu 4,8%, em 2010, não foi à custa dos salários dos Educadores e Professores e demais trabalhadores da Administração Pública, porque estes têm tido os seus salários congelados ou têm tido aumentos inferiores ao da inflação e viram por força disso o seu poder de compra diminuído mais de 7% desde 2000.
Deste modo, considera o SPZC de extrema gravidade a actuação do Governo perante os Educadores e Professores e demais trabalhadores da Administração Pública deste país, quando o Estado mantém uma infinidade de Institutos inúteis, que são apenas sorvedouros de dinheiro e que dão emprego a uma miríade de dirigentes que na maioria dos casos têm apenas como competência para o desempenho dos cargos a sua filiação partidária.
O SPZC apela desde já a todos os Educadores e Professores para que se mobilizem na defesa da sua dignidade profissional.
Um Governo que desconsiderou os Educadores e Professores enquanto profissionais e que se prepara agora para lhes cortar o salário e sobrecarregá-los com um sem fim de aumento de impostos está, mais uma vez, a desconsiderá-los e a levar os Educadores e Professores, enquanto profissionais da Educação, para uma situação económica que não se coaduna com a relevância do seu exercício profissional.
Só assim será possível fazer ouvir a nossa voz e fazer do nosso protesto um grito de revolta em favor da dignidade do exercício da nossa profissão docente, da justiça na partilha das responsabilidades pelo futuro do país e da relevância da Educação para Portugal.
Educadores e Professores: temos de estar todos unidos!
Não podem ser sempre os mesmos do costume a arcar com todos os sacrifícios.