FNE apela aos partidos para «acabar com o ziguezaguear das políticas educativas»Submitted by admin on Terça, 05/04/2011 - 18:45
A Federação Nacional da Educação (FNE) quer “acabar com o ziguezaguear das políticas educativas” em Portugal e vai transmitir esse apelo aos partidos políticos, disse hoje o secretário-geral da organização, João Dias da Silva. Impõe-se “acabar com a perspetiva de mudar as políticas educativas permanentemente” e sempre que muda a equipa ministerial, sustenta o líder da FNE, sublinhando que “os melhores resultados obtêm-se com a melhoria gradual” e não com a “instabilidade nas escolas, entre os docentes, os alunos e os pais”. “Devemos aproveitar o que de melhor foi feito” e fazer com que as novas políticas educativas sejam “construídas sobre consensos”, sustenta João Dias da Silva, que falava à agência Lusa hoje, ao final da tarde, em Coimbra, à margem de uma conferência do antigo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário Joaquim Azevedo. Além da defesa da estabilidade no setor, condição “essencial para a melhoria de resultados”, a FNE também vai alertar os partidos para outros problemas da educação no país e apelar para que “o que vier a ser feito” resulte de “consensos, diálogo e estabilidade”. “Não se pode continuar a anunciar autonomia das escolas”, é preciso levá-la à prática, defende, por outro lado, João Dias da Silva, sublinhando que “autonomia significa responsabilidade, mas também capacidade de decisão da escola e dos seus profissionais”. A “redefinição de uma matriz curricular” e a revisão do estatuto da carreira docente são outras das preocupações que a FNE irá apresentar aos partidos com representação parlamentar e ao MEP (Movimento Esperança Portugal), aos quais solicitou, na segunda feira, reuniões para o efeito. A primeira reunião de dirigentes da FNE com partidos políticos será na quinta feira com o Bloco de Esquerda, adiantou João Dias da Silva, que aguarda resposta das restantes formações partidárias. Embora não tenha representação parlamentar, o MEP obteve uma votação significativa nas últimas eleições, razão que explica a decisão da FNE também se querer encontrar com este movimento, acrescentou. A mudança de políticas educativas sempre que os responsáveis pelo Ministério da Educação são substituídos também foi muito criticada por Joaquim Azevedo. “Em vez do paradigma da mudança permanente, é preferível colocar a educação numa rota de melhoria gradual”, defendeu o antigo governante, que dissertou sobre o tema “por um compromisso social pela educação”, na conferência de hoje, em Coimbra, promovida pela FNE, no âmbito de um ciclo de seminários iniciado em janeiro. JEF Lusa/Fim
|