Educação não é luxo mas investimento primordial

Cortes brutais no Orçamento de Estado põem em causa escola pública de qualidade. MEC capitula perante interesses financeiros

O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) não pode deixar de  manifestar a sua mais profunda perplexidade e indignação face às verbas destinadas à Educação, constantes do Orçamento de Estado (OE) para 2015.

Relativamente a 2014, o OE deste ano cortou ainda mais 11,10% no valor destinado ao Ensino Básico e Secundário e 2,10% no Ensino Superior.

Com esta assunção política, o Governo revela claramente o desinvestimento completo numa Escola Pública de qualidade.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) capitula perante os interesses financeiros e prepara-se para decapitar pilares fundamentais em que se funda a Democracia – O princípio da igualdade e a igualdade de acesso de todos a uma educação de qualidade.

Num ano em que com menos cortes no orçamento, alunos, pais e famílias ainda hoje, mais de um mês depois do início das aulas e com a complacência de todos os responsáveis políticos, se confrontam com o caos na Educação, não é difícil de prever o cenário que se avizinha.

Importa de uma vez por todas que o Governo assuma que não quer investir numa Educação de qualidade e que seja confrontado com as consequências que, no imediato e no futuro, essa política terá para Portugal.

De uma vez por todas os responsáveis políticos têm de assumir que a Educação não é um luxo, não é uma despesa, mas um investimento, porventura o único que poderá fazer com que Portugal ultrapasse a situação difícil que atravessa.

O SPZC no âmbito de todas as organizações de que faz parte, nomeadamente FNE / UGT, não se calará e exigirá as alterações necessárias que permitam que todos, alunos, professores e pais, continuem a ter acesso a uma Escola Pública de qualidade com profissionais reconhecidos e valorizados.