Agregações visam apenas poupar uns “tostões”Submitted by editor2 on Quarta, 09/05/2012 - 23:21
Agregações visam apenas poupar uns “tostões” O SPZC considera o processo um ataque à qualidade da educação e à escola pública. É uma medida que penaliza os mais desfavorecidos e, por força da elevada dimensão das unidades escolares que o MEC se propõe criar, terá consequências nefastas e imprevisíveis a nível pedagógico e de gestão O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) manifesta a sua profunda preocupação com as notícias de que diariamente a comunicação social vem dando nota relativamente ao processo de agregação de escolas e de agrupamentos de escolas. É no mínimo absurdo que se continue a desenvolver um processo que não contém nenhuma medida que beneficie a qualidade da educação, mas pelo contrário remete a educação pública para um ghetto, de onde não poderão fugir todos os que não têm possibilidades de pagar os custos de um ensino privado e que são a maioria dos portugueses. Sem qualquer objectivo pedagógico, a medida que o Governo de forma silenciosa e com elevado secretismo vem construindo, visa fundamentalmente reduzir o número de unidades de gestão tendo por base o número de agrupamentos existentes. Com esta medida, o que o Governo conseguirá é uma poupança de “tostões” à custa dos acréscimos remuneratórios dos docentes que exercem cargos de direção, enquanto em muitos outros sectores do Estado, nomeadamente nas empresas públicas, os montantes recebidos pelos gestores se mantêm em níveis incomparavelmente acima da média dos gestores das grandes empresas internacionais. O SPZC não pode por isso deixar de verberar tal decisão política e simultaneamente relevar os efeitos nefastos que tal medida puramente economicista irá desencadear na qualidade da Educação em Portugal, porquanto, para além de ignorar os projetos educativos próprios de cada escola, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) com esta medida afasta os órgãos de gestão da sua efetiva ação diretiva e pedagógica, por força da distância a que situam os agrupamentos que se pretendem agrupar. Mais ainda, com esta ação o MEC apresta-se para conseguir que mais docentes sejam colocados no desemprego, desperdiçando profissionais qualificados numa área vital para o país que não tem outros recursos que a formação e qualificação dos seus cidadãos. O SPZC aguarda com elevada expectativa a publicidade das intenções do MEC relativamente à diminuição das unidades de gestão ora existentes para tomada de posição pública, não deixando contudo de sublinhar a inqualificável machadada que se está a dar na educação pública. Estranha ainda, como a comunicação social noticiou, que se tenha o despudor de se equacionar a possibilidade de agrupamentos com cerca de 9 mil alunos. Coimbra, 10 de maio de 2012
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