Continua o extermínio de serviços básicos do Estado SocialSubmitted by editor2 on Terça, 29/04/2014 - 15:58
Continua o extermínio de serviços básicos do Estado Social Governo apronta-se para cortar ainda mais na Educação. De forma contraditória, e apesar da diminuição nos gastos com pessoal, nos dois primeiros meses deste ano a despesa efetiva com a administração central aumentou mais de 6% As medidas veiculadas pela comunicação social relativamente a mais cortes nas despesas com a educação, são afinal mais do que um corte nas despesas neste sector, são um corte na Educação. Volvidos 40 anos sobre o 25 de Abril e a democratização do ensino com a aposta numa escolaridade universal e gratuita, assistimos a mais um ataque feroz à escola pública. De forma dissimulada, o Governo tem vindo a coberto de um pretenso corte nas despesas a exterminar os serviços básicos de um Estado social que construímos ao longo de quatro décadas. Uma despesa que apesar dos sucessivos cortes nos salários dos funcionários públicos, na Saúde, na Segurança Social, na Justiça, na Educação, acrescida da diminuição de Educadores e Professores, com a diminuição do número de disciplinas e o aumento de turmas, continua a avolumar-se. Na verdade a despesa efetiva da administração central do Estado só nos dois primeiros meses de 2014 aumentou 6,4 por cento, apesar da diminuição do montante gasto com pessoal, segundo fontes da Direção Geral do Orçamento (DGO). Não foram os trabalhadores da administração pública, nomeadamente os docentes, que foram responsáveis pelo aumento da despesa. Têm sido eles contudo, ao longo dos últimos anos, com a justificação da austeridade, a pagarem os sacrifícios de uma crise, que afinal pelo que DGO publicita, não é para todos. Os docentes, e os portugueses em geral, não podem pactuar com mais este ataque despudorado à Educação, que se avizinha. Em 1974, Portugal vivia o pesadelo de uma população com cerca de 30 por cento de analfabetos. O investimento na Educação trouxe-nos para valores que são aceitáveis para no concerto das nações civilizadas. Não podemos permitir, por isso, que nos queiram fazer percorrer um caminho de retrocesso, onde a Educação deixará de ser um direito para ser um bem transacionável, só acessível a uns poucos. O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) não deixará de, junto das organizações de que faz parte, nomeadamente FNE e UGT, denunciar e apelar de forma veemente para que esta situação seja alterada. Para além da injustiça que estas medidas traduzem para os docentes, para os nossos jovens e para Portugal no futuro, não podemos deixar de aceitar que o Estado continue a gastar mais. Isto apesar de cortar nos serviços públicos, exigir que neles se gaste cada vez menos e desconsidere cada vez mais os seus profissionais, quer em termos de carreira, quer salarialmente. Coimbra, 29 de abril de 2014
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