O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) recebeu com incredulidade as notícias publicadas relativamente ao relatório elabo-rado pelo FMI.
No que diz respeito à Educação, são de uma total ignorância e ceguei-ra intelectual.
Preocupados apenas com os cortes na despesa, o que o presente relatório se limita a fazer é uma operação de merceeiro numa lógica de deve e haver simplista.
Portugal gasta na segurança – Corta-se na Segurança!
Portugal gasta na saúde – Corta-se na Saúde!
Portugal gasta na justiça – Corta-se na Justiça!
Portugal gasta na educação – Corta-se na Educação!
Portugal gasta? Vamos cortar Portugal?
Portugal gasta porque Portugal existe! Os portugueses existem!
Os portugueses cumprem com as suas obrigações, pagam os seus impostos, muito para além das suas capacidades. Os portugueses estão sobrecarregados de impostos.
Mas os portugueses têm direito a que o Estado com base nos princí-pios constitucionais, dentre os quais o da correspectividade, lhes facultem prestações decorrentes da sua contribuição fiscal.
Aliás, o país continua suspenso da decisão do Tribunal Constitucional sobre um conjunto de medidas inscritas em sede do Orçamento do Estado para 2013 que denunciam o claro desrespeito pelo espírito e a letra da Constituição da República Portuguesa.
No que à Educação diz respeito, o SPZC não pode aceitar que até por mero exercício académico se avance com a proposta ora dada à es-tampa.
A Educação é o fundamento da existência de Portugal enquanto país no presente e no futuro.
Admitir o que é proposto pelo FMI é assinar a implosão da Educação e de Portugal.
As gerações presentes e as vindouras jamais nos perdoariam se alijás-semos a defesa da sua formação, num país em que todos no respeito pelo princípio da igualdade tenham acesso a uma educação de quali-dade.
Essa Educação não é compaginável com contas de merceeiro que levariam à letra a turmas de 50 alunos, aulas de 1 hora e limitação de acesso a todos os portugueses.
O SPZC não pactuará com quaisquer medidas que se traduzam na diminuição da qualidade da Educação e está crente que, no âmbito das organizações em que se encontra filiado, com todos os professo-res, pais e encarregados de educação verdadeiramente preocupados com o futuro dos seus filhos, seremos capazes de nos opormos a esta medida atrabiliária e imoral que pretende, afinal, fazer implodir Por-tugal.